Recebo um e-mail de uma prima muito querida.
Se fosse há alguns anos atrás, no tempo que éramos adolescentes e colecionávamos papel de carta, teria vindo em um papel lindo de Natal, escrito com uma letra miúda e bem caprichada.
A modernidade nos faz perder algumas coisas mas nos dá outras, hoje posso dividir esta crônica deliciosa com vocês, que chegou para mim, mas que vocês com certeza vão dar boas risadas.
Feliz Natal Stella e turma e muito obrigada pela crônica
Algo a declarar.
Começa no final de outubro e acaba lá pelo começo de março. Leva você a estar com pessoas que você se esforça em evitar durante todo o ano, ... aqueles que vão arrasar sua poupança, que farão você engordar, e, ou, ser o feliz ganhador de uma coleção de objetos para os quais você não acha nenhum uso pra eles.
É Natal!!!!
Sim, as festas estão chegando – aquela época do ano quando você retorna a casa para desfrutar da companhia daqueles que ama ou, se você não for um afortunado de ter a quem visitar, passa com seus familiares. No mundo inteirinho, os aeroportos estão fervilhando com gente cujas malas estão abarrotadas de presentinhos. No hemisfério norte, todos esperam por um “Natal Branco” (White Christmas), uma alusão direta a neve que cai nesta época do ano e que atrasa todos os vôos, isso quando não os cancela. Imortalizada na voz de Frank Sinatra esta canção tem data e hora para começar a mexer com o coração e a mente de todos que a conhecem, ...
É Natal!!!
Tudo leva mais tempo nos aeroporto por aqui na época do natal. Há mais passageiros – e mais malas, muuuuuuitas mais malas para despachar, mais casacos para tirar ao passar pela segurança e claro, mais compras pra fazer. As lojas do “duty-free”, normalmente lugares para vocês se entreter olhando todas aquelas fantásticas e coloridas embalagens de perfumes, bebidas exóticas, eletrônicos modernézimos, biscoitos amanteigados, chocolates finos, “chiques desnecessidades”, antes de embarcar, transformam-se em lugares frenéticos de compras. De alguma forma, quando você pensa que já deu conta de sua lista de presentes para os familiares, alguma reação química acontece quando você chega ao “Tax Free”, e aí você entra em pânico e compra amanteigados, CDs de musica natalina, meias tricotadas com cabeças de renas e papais noeis gordos e encurvados pelos saco de presente, ...
É Natal!!!
Não me leve a mal, eu gosto do Natal. Se eu não estivesse aqui escrevendo eu adoraria ser um representando influente da Comunidade Européia. E se assim fosse eu proporia uma radicalização nas datas: porque não alongar esta festividade que acontece no mundo cristão?
Parece óbvio pra mim, levando em conta que todos nós celebramos o natal em dezembro, que teremos sempre que aturar aeroportos lotados e longas filas de “check-in”. Porém, se o fizéssemos um de cada vez, os Espanhóis o celebrariam em fevereiro, os Alemães em março, os Belgas ficariam com o mês de abril, os Portugueses em maio, os Italianos com junho, etc, e assim, voilá – não mais filas intermináveis. Tudo bem que alguns ficariam prejudicados com estas novas e revolucionárias medidas. Os pitorescos ringues de patinação em Praga estariam descongelados no mês de agosto, mas pense positivo! Poderíamos celebrar o Natal 12 vezes ao ano, ... seria sempre Natal!!!!
Claro que isso nunca vai acontecer. O sindicato das renas é muito forte e de maneira alguma abriria mão de suas férias de 11 meses ao ano. E nem pense em se meter com aqueles que alugam patins nos ringues de patinação no leste europeu. Assim sendo acho que todos nós vamos ter que agüentar mais um final de ano com aeroportos lotados, “over booking”, e filas que fazem curva não se sabe bem aonde. Porém à medida que você abrir caminho, com sua mala de presentinhos até o controle de segurança, lembre-se de respirar fundo enquanto espera e desfrute desses momentos para pensar em todos que fizeram alguma diferença em sua vida neste ano de 2010 que começa a acabar.
Eu pensei em Vocês, Martinha.
Bjks natalinas, com muita neve lá fora, vôos cancelados e energias renovadas para nos encontrarmos em 2011.