terça-feira, 14 de dezembro de 2010

14 de dezembro



Outra frase curta hoje:

Feliz Aniversário, pai!


Nada mais, pois Dezembro não é mês leve.

13 de dezembro




Uma amiga me manda uma história para o dia de hoje, pois ela achou que faltava no calendário o pinheiro de Natal.

“A árvore de natal mais linda que meus olhos de criança viram não era a da minha casa.

As famílias assim como a terra são atravessadas por linhas imaginárias que determinam sua posição no mundo. A minha não era diferente.

Digamos que eu estivesse na porção central da família, era pobre para os ricos, e rica para os pobres. Nunca soube onde eu estava.

A árvore de Natal em questão, pertencia à parte pobre da família, mais especificamente às minhas primas que, durante o ano todo viviam uma vida dura, mas por 1 mês eram as donas da árvore que enfeitava a sala.

Sala que elas não podiam freqüentar o ano inteiro.

Natal às vezes tem destas coisas...”

Obrigada querida amiga, que me pede que não coloque seu nome, esta história pode ter vários donos.

12 de dezembro

Poetas, sempre eles...

Povoam nossa vida e sempre acertam no alvo, vejam o que Manoel de Barros escreveu:

O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
Era o mesmo que roubar um vento e sair correndo
com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
Porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o voo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho, você vai ser poeta.
Vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens.
E algumas pessoas vão te amar por teus despropósitos.




Os cinco últimos versos poderiam ser assim:
A mãe reparava o menino com ternura:
A mãe falou: Meu filho, você vai ser o salvador
Vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas mãos.
E algumas pessoas vão te amar, outras vão te achar um despropósito.

Desculpe poeta, mas não resisti precisava de uma poesia para hoje.