Não guardo no meu Sótão dias, comemorações, celebrações e manifestações coletivas de alegria vazia.
Guardo os sorrisos, as palavras, os abraços, os beijos e as mensagens que fora dos dias marcados no claendário me fizeram sentir de fato, a melhor mãe, a amiga especial, a celebração do aniversário, o Natal e tantas datas mais.
O dia de hoje é uma data inventada. Neste dia então, só se fala das mulheres. Nos outros não precisa? Bem, melhor 1 do que nenhum.
Se merecem ter um dia só para elas, devem merecer, não é?
A pergunta que me rondava era: O que as mulheres fazem? Bem diferente daquela irrespondível: "Mas afinal o que querem as mulheres?" que nem Freud respondeu.
Pensei várias coisas, mas Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa portuguesa, que eu busco quando preciso de poucas e boas palavras para seguir adiante, me respondeu tão claramente e tão suavemente que nem me dei ao trabalho de procurar mais.
E o que elas fazem Sophia respondeu em apenas 5 linhas:
As minhas mãos mantém as estrelas,
Seguro a minha alma para que não se quebre
A melodia que vai de flor em flor,
Arranco o mar do mar e ponho-o em mim
E o bater do meu coraçào sustenta o ritmo das coisas.
Do livro "Poemas escolhidos" da Companhia das Letras
Quem é mulher sabe do que ela está falando.
Esta é Sophia, para quem não a conhece