Resolvi dar uma arrumada no sótão e no porão.
Estava tudo muito misturado. Mesmo nos guardados há que manter certa ordem.
No Sótão guardarei todas as lembranças boas. Dei uma arejada, pedi a um mestre de obras que abrisse uma janela na frente norte para o sol entrar com força no inverno menos inclemente no verão.
Remanejei para o sótão as melhores lembranças, as que quero preservar
mas ainda estou pensando quais serão os melhores lugares - de novo esta mania – mas o que posso fazer se me alegro quando procuro e acho?
Comove-me ver a delicadeza e o cuidado com que as coisas foram guardadas, mesmo que não tenham sido por mim. O tempo parou naquele objeto esperando meu desejo e minha lembrança.
- A flecha do tempo é para frente, dirão alguns, não podemos mudar sua direção.
- Tudo bem, digo eu, mas o que é o arco? E a corda? Sem falar no arqueiro. É esta combinação que faz a flecha zunir em direção ao futuro.
No Porão não tive a mesma preocupação, talvez por estar um pouco cansada da arrumação, deixei as coisas como estavam.
O cansaço me fez perguntar: - Por que tudo tem que estar sempre nos trinques?
Um pouco de descaso também não faz mal.
Deixei lá definitivamente o que não quero mais ver, encostei tudo no fundo da peça que é para não precisar nem entrar.
É só jogar lá dentro e deixar as Traças e os Cupins de guardiões. Percebi até um sorriso de satisfação nos olhos deles. Vão poder trabalhar pela eternidade sem serem incomodados, estarão a salvo da luz, do calor, do ar fresco da manhã, do pano úmido, da vassoura.
Parece coisa de doido? Não é não. Há muita gente neste mundo que escolhe a companhia das traças e dos cupins que corroem tudo que encontram pela frente à do sol que ajuda a gerar transformação.
Estava tudo muito misturado. Mesmo nos guardados há que manter certa ordem.
No Sótão guardarei todas as lembranças boas. Dei uma arejada, pedi a um mestre de obras que abrisse uma janela na frente norte para o sol entrar com força no inverno menos inclemente no verão.
Remanejei para o sótão as melhores lembranças, as que quero preservar
mas ainda estou pensando quais serão os melhores lugares - de novo esta mania – mas o que posso fazer se me alegro quando procuro e acho?
Comove-me ver a delicadeza e o cuidado com que as coisas foram guardadas, mesmo que não tenham sido por mim. O tempo parou naquele objeto esperando meu desejo e minha lembrança.
- A flecha do tempo é para frente, dirão alguns, não podemos mudar sua direção.
- Tudo bem, digo eu, mas o que é o arco? E a corda? Sem falar no arqueiro. É esta combinação que faz a flecha zunir em direção ao futuro.
No Porão não tive a mesma preocupação, talvez por estar um pouco cansada da arrumação, deixei as coisas como estavam.
O cansaço me fez perguntar: - Por que tudo tem que estar sempre nos trinques?
Um pouco de descaso também não faz mal.
Deixei lá definitivamente o que não quero mais ver, encostei tudo no fundo da peça que é para não precisar nem entrar.
É só jogar lá dentro e deixar as Traças e os Cupins de guardiões. Percebi até um sorriso de satisfação nos olhos deles. Vão poder trabalhar pela eternidade sem serem incomodados, estarão a salvo da luz, do calor, do ar fresco da manhã, do pano úmido, da vassoura.
Parece coisa de doido? Não é não. Há muita gente neste mundo que escolhe a companhia das traças e dos cupins que corroem tudo que encontram pela frente à do sol que ajuda a gerar transformação.
Aqui tem sempre um lugar para as suas coisas, não esqueça