Qual a comida que toca o coração?
Perguntinha boba, cafona e clichê...
Quem não tem a sua "madeleine" para sacar rápido na resposta?
Mas vamos deixar a resposta rápida de lado e vamos ao título do post.
DIM SUM, que em cantonês significa "direto ao coração", pequenos bocadinhos de comida, que podem ser doce ou salgado, com carne ou vegetariano, cozido no vapor - o mais tradicional - ou frito. São conhecidos na China há milênios.
Só um pouquinho: tudo o que acontece na China tem pelo menos 1000 anos, e isto quando se quer falar em algo mais recente.
Eram servidos, acompanhados de chá, aos viajantes e trabalhadores desde os tempos da Rota da Seda nas estalagens das estradas.
Nunca tinha experimentado esta iguaria.
Fácil de pegar com os hashis, pois são firmes e em forma de trouxinhas, e na boca desmancham suavemente espalhando o caldinho e o recheio numa combinação leve e saborosa.
O chá de jasmim realça o sabor do Dim Sum e é servido insistentemente pelo garçom.
Mas o que eu quero falar é da comida que vai "direto ao coração".
Aquela que, pela sofisticação da simplicidade, cerra nossos olhos, pede silêncio, nos faz soltar um suspiro de felicidade e, quase nos faz levitar.
O meu Dim Sum, o que vai direto ao meu coração:
Parar num restuarante velho conhecido no meio de uma estrada e pedir
um bife acebolado
e de sobremesa,
sagu de uva com creminho de baunilha: o sagu geladinho e o creme morno.
Sofisticações do afeto, pois.
Pratos que requerem cuidado e dedicação total para " não passar do ponto" e "para não embolar".
O Dim Sum não me toca o coração porque não faz parte das minha memórias afetivas, o seu valor foi ter me feito pensar no que me traz felicidade à mesa.
E se a mesa estiver cheia, melhor ainda.
Dê uma olhada no seu Sótão ou no seu Porão e traga para cá o seu Dim Sum.
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